segunda-feira, 6 de abril de 2009

Execução

Existem três processos nucleares na gestão das organizações: estratégia, operações e pessoas. Quando gerimos em profundidade estes processos obtemos respostas às questões críticas na gestão de um negócio: Estão os nossos produtos posicionados optimamente no mercado? Podemos identificar como o nosso plano produzirá resultados específicos para o crescimento e produtividade? Temos as pessoas certas para executar o plano? Se não, como resolvemos esta questão? Como garantimos que o plano tem suficientes programas específicos para produzir os resultados em que estamos empenhados em obter?
Uma armadilha comum, apontada por Ram Charan no seu livro “Execução”, é pensar que a execução diz respeito ao lado táctico do negócio e portanto é delegada a sua execução, enquanto o Director Geral se dedica às grandes questões do negócio! Nada de mais falso… A execução é a principal tarefa do líder do negócio.
Ram Charan nota que para compreendermos a execução temos de ter em mente três coisas:
· A execução é Disciplina e é inerente à estratégia.
· A execução é a Principal Tarefa do líder do negócio.
· A execução deve ser um elemento nuclear da Cultura da organização.
Comecemos então pela primeira, a disciplina. A execução não são tácticas de negócio. A execução é um processo sistemático de rigorosamente discutir os “que” e os “como”, fazer perguntas, fazer follow-up dos planos, e assegurar responsabilidade pelos resultados. Inclui fazer pressupostos sobre o negócio, avaliar as habilidades da organização, ligar a estratégia às operações e às pessoas que irão implementar a estratégia, sincronizar as pessoas, e ligar as recompensas aos resultados. Inclui também mecanismos de mudança dos pressupostos, e fazer o upgrade das capacidades da organização para realizar os desafios da estratégia. Na sua essência, a execução é uma maneira sistemática de expor a realidade e de agir sobre ela.
A segunda, afirma que a execução é a principal tarefa do Líder ou dos Líderes. A execução requere um profunda compreensão do negócio e das pessoas.
A terceira, a cultura, pois a execução tem de estar impregnada na cultura. A execução tem de estar embebida nos sistemas de recompensa e nas normas de comportamento. Não é só o líder que tem de estar envolvido na execução, todos na organização percebem e praticam a disciplina da execução. A disciplina da execução não funciona se apenas uma parte das pessoas a praticam; se não forem educadas para a execução e não a praticarem constantemente.
Tenho cá para mim, que estes paradigmas são universais na gestão das empresas. Todavia, há povos e culturas onde a Disciplina é mais fácil fazer parte das rotinas do dia-a-dia. Culturas nórdicas e anglo-saxónicas…
Disciplina em Portugal? Esforço? Cultura do Mérito?
Jim Collins recorda no seu livro “De Bom a Excelente” que as empresas excelentes são as empresas onde estão mentes e pessoas disciplinadas…